quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Madeira molhada não arde

A Madeira inundou e o país está de luto. A grande questão que eu vos coloco é a seguinte: não terá tudo isto sido uma manobra de um certo presidente do Governo Regional da Madeira para atrair celebridades à ilha? Bem sei que isto parece uma grande teoria da conspiração mas eu passo a explicar: será coincidência que uma catástrofe destas aconteça tão pouco tempo depois de tudo o que se passou no Haiti? É óbvio que não. Caríssimos, catástrofes como a do Haiti é o que está a dar. Uma catástrofe destas é capaz de trazer ao local do incidente mais celebridades que o festival de Cannes. O Haiti teve direito a canções e tudo. Ora, a Madeira não poderia ficar atrás e, como tal, a Ronalda já está a trabalhar na banda sonora do dilúvio madeirense. Espera-se o lançamento -pela altura do Natal, creio - do CD com a compilação das mais belas canções do caos, um best-of que conta ainda com o grande êxito "Sri Lanka - olha a onda, olha a onda".
Por alguma razão é que isto aconteceu agora e não antes. Deixou-se passar o Carnaval, o Alberto João trajou-se e dançou à sua vontadinha, os turistas foram todos para casa e, quando os dias de folia acabaram, toca de ligar as torneiras e encher os ralos de trapos. O mais engraçado da questão é que está, de facto, a resultar. Pelo menos, Cristiano Ronaldo, o jogador mais mediático do panorama futebolístico actual, já exibiu uma camisola interior com a palavra "Madeira" pintada. Mais cedo ou mais tarde, aprecerá a Angelina a exibir umas meias do C. D. Nacional e a Madonna umas cuecas com o símbolo da junta de freguesia de Curral das Freiras. Enfim, houvesse honestidade neste mundo...

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Facebooka-mos!

Se há coisinha para me tirar do sério nestes dias de folia, essa coisinha é o Facebook. Mas que raio de fascinação é esta que toda a gente tem pelo Facebook? Já não chegava Hi5? Eu percebo, também eu já não encontrava segurança no Hi5 com tanta badalhoca e xunguice. No entanto, acho que todo este deslumbre em torno do Facebook, apesar de ridículo, é capaz de fazer bem à sociedade. Nada me tira da cabeça que o Facebook não passa de um golpe governamental de génio para impedir o êxodo rural. Para evitar que a população das terriolas não passe de três velhas e um carneiro coxo, o governo mandou os melhores informáticos do país criar um jogo que pusesse jovens executivos a interessar-se pelo lado mais rústico e bucólico da vida. «Isso é impossível!», muitos terão dito, até que alguém terá avançado com a proposta de criar o FarmVille. Punga! Agora é ver o meu primo, todo formadinho em gestão a pedir cenouras à minha avó, o que foi chato visto o software das cenouras da quinta da minha avó não ser ainda compatível com o Windows 7. O Facebook não passou dum pretexto para encaixarem o jogo. Acham mesmo que alguém liga às vossas fotografias? Quando alguém quer ver pessoas bonitas vai ao Google images e escreve "Victoria Secrets". Não se desenganem que não preciso.
Outra coisa que me remói solenemente é o Twitter. Tentei criar uma conta para ir descrevendo como me ia correndo o dia. «Acabei de me inscrever no Twitter.Olá!», «Sinto a bexiga apertada pelo que vou urinar», «Estou a sacudir duas gotinhas que insistem em não cair. Acho que a gravidade hoje não anda muito bem.». Só escrevi estes três Twitts e já estou farto. Acho que vou cancelar aquilo antes que o Malato me mande um Twitt a dizer onde é que encontrou o tal frasquinho de Rexona que havia perdido.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Nerdice computadorizada

Estava a jogar computador e aprecebi-me do seguinte:
Bug que é bug tem de implicar lag. Não implicando, é um worm.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Ioc's da vida

Após fazer um revisão sucinta ao que se passa em redor da minha vida, concluí que este blog é ridículo (literalmente). Ter de se escrever piadas mesmo quando se está triste e chateado é das piores coisinhas que por aí andam. Numa outra análise, é bom saber que do outro lado do monitor estão pessoas que o lêem e que gostam (leia-se, cinco transmontanos de certa idade que estão a aprender a mexer na Internet através do curso das Novas Oportunidades), confiando em mim para os fazer rir. Ora, quando alguém confia em mim, para o que quer que seja, é mau sinal. Quem vos garante a vós que eu não sou um obeso sociopata que se serve do GoogleEarth para ver meninas despidas no Meco? Quem vos garante a vós que eu não estou neste momento, enquanto escrevo, a afagar a cabecinha falecida da pequena Maddie? Ao que vocês sabem, até posso ter sido eu que carreguei no botão de "Haiti Destruction" do meu Comando do Terror/Mal (ainda não me decidi quanto ao nome do aparelho). Pronto, também não sou assim tão malvado. Sou moderadamente malvado, vá. Posso, por exemplo, estar numa fila para uma qualquer coisa e, após soltar um flato daqueles, sair da fila para pensarem que o cheiro vem do gordo com borbulhas que está mesmo atrás de mim na fila. Ah, pois é! Por esta é que vocês não esperavam. Coitadinho do gordinho que tem tantas borbulhas que até o cego que estava atrás dele na fila, ao tocar-lhe nas costas, julgou estar a ler a bíblia em Braille.

Enfim, agora que me consegui pôr no papel de herói pícaro, vou voltar à minha vidinha normal. Já agora, desculpem lá qualquer coisinha. A semana não foi fácil.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Panisguices literárias

Recentemente constatei que a entidade que escolhe as obras literárias de leitura obrigatória no ensino secundário deve ter um especial fascínio por piratas e pela pirataria em geral. Ora vejamos: a figura que se nos é apresentada como o "príncipe dos poetas do seu tempo" tinha uma pala no olho direito; o protagonista de Memorial do Convento, obra vencedora de um Nobel da literatura, Baltasar Sete-Sóis, usava um gancho a fazer as vezes da mão esquerda. Aposto que Fernando Pessoa (ou um dos seus "amigos") tem um poema qualquer começado por Aarghh que eu ainda não descobri. Chamem-me alarmista, mas começo a temer que a Margarida Rebelo Pinto resolva um dia escrever um livro em que uma das personagens tenha uma perna de pau. Não é por mim, a sério. É pela sanidade intelectual das gerações vindouras.

Já que estamos numa onda de piratas e pernas de pau, outra coisa que me apraz bastante é a comunidade gay. Gosto bastante de gays, principalmente porque são pessoas muito frontais (?) e transparentes. Aliás, o símbolo da comunidade gay não é um arco-íris por acaso. Se não fossem pessoas tão transparentes não poderiam refractar a luz. O movimento gay, ao contrário do que muitos pensam, é muito mais do que um simples espectáculo de luz e cor. O movimento gay é ciência.