quinta-feira, 27 de maio de 2010

Doce Fugitiva

Boa tarde. Cheguei recentemente à conclusão que a ficção nacional da TVI tem nomes deveras engraçados, na medida em que soam na sua grande maioria a filmes porno (dos rasca). Comecemos por analisar o título "Ana e os Sete" que alude claramente a uma jovem ladeada por sete matulões cabo-verdianos e nunca a uma preceptora dos filhos de um banqueiro rico. Outro título que me ocorre, assim de repente, é a "Baía das Mulheres" que pouco mais tem de harém sem ser o nome. Eu nem queria entrar na mais que óbvia cacofonia em "Deixa-me amar". Os nomes das novelas "A Outra" e "Bons vizinhos" remetem ainda para o cliché cinematográfico da indústria porno que envolve o adultério extra-conjugal. Mas, para os que ainda não se convenceram e se mostram cépticos em relação à minha conclusão, vejam que a TVI preocupou-se em abranger todo o tipo de gostos e fantasias sexuais, criando, inclusive, séries como "A Jóia de África" (quem preferir as mulatinhas), "Queridas Feras" e "Ilha dos Amores" para os fãs do exotismo e, a mais recente, "Ele é Ela" para todos aqueles que não gostam de ter de escolher somente um, entregando-se à combinação do falo com os úberes, tão típica do transformismo. Serei o único a achar que há alguém nos escritórios da estação de Queluz de Baixo que anda a divertir-se a inventar estes títulos?
Contudo, não se pense que a TVI não previu alguma acusação de falta de conduta, respondendo o ano passado com um terno mas implacável "Sentimentos", o que veio calar todos aqueles que não viam a TVI como um canal familiar e de respeito. De notar ainda que a TVI foi fundada por entidades religiosas ligadas à Igreja Católica tais como a Rádio Renascença, a Universidade Católica Portuguesa e a União das Misericórdias, tornando todo este meu devaneio numa espécie de teoria da conspiração. Muahahah!


Peço desculpa pelo estilo algo torrencial em que este texto vos surge mas não tive paciência para grandes arranjos.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Come o Papa, Joana come o Papa!

O Papa chegou, a multidão vibra. Será que os roadies que fazem o soundcheck ao microfone do Papa são os mesmos que o farão na próxima semana, no pavilhão atlântico, para o concerto dos Metallica? Ainda tentei arranjar bilhete para a primeira fila, a ver se apanhava uma hóstia ou assim, mas o centro paroquial de carnide levou os últimos 23.
Agora falando mais a sério, confesso ter ficado bastante surpreendido com a notícia de que o Papa chegava hoje a Lisboa. Estive na passada semana no Hospital Santa Maria e poderia jurar que tinha visto o sumo pontífice no corredor das urgências. Era velho, tinha o falar de uma ovelha com má dicção, olhou com gulodice ao passar pelo corredor da pediatria e usava bata branca. Só lá fui mesmo pelo cateter.
Apercebi-me recentemente que a história do Papão que se conta às criancinhas poderá, afinal, ter um fundo de verdade. Um monstro que se esconde no armário para, durante a noite, comer os meninos. Terá sido isto uma metáfora de um rapaz molestado na infância que virou conto popular ou será que Papão e Papa não passam de uma mesma entidade e tudo não mais se tratou de um lapso de tradução dos escritos em latim para os em português? Fica a dúvida no ar.


Ainda estou com apitos nos ouvidos dos festejos de domingo à noite (não meus, é claro!). Terá o leitor certamente reparado que o buzinão ouvido no Marquês soava bastante idêntico ao buzinão ouvido aquando da greve dos camionistas aqui há uns meses. Pretenderei, com este comentário algo preconceituoso, denegrir a prezadíssima classe benfiquista? É evidente que sim.