terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Não há cá se's no meio do Haiti

O que eu mais gosto neste mundo, imediatamente a seguir a uma boa sandes de fiambre e um fino de pressão, é mesmo jogos futebolísticos de beneficência. Epá, é que gosto tanto. Que nostálgica é a sensação de ver bolas a serem chutadas por velhos roliços que eu nunca vi mais gordos (literalmente) e que me são apresentados como velhas glórias do futebol mundial!
O Benfica realizou ontem um jogo contra a pobreza com intuito de angariar fundos para as vítimas do desastre no Haiti. A pobreza chegou a estar em vantagem com o golo inaugural do jogador da formação pobre Kaka', mas o jogo lá acabou por ficar 3-3. Eu acho que toda esta onda de solidariedade que se vive em torno do Haiti é muito bonita mas que se revela completamente ineficaz na medida em que, enquanto não tirarem a corda de saltar das mãos do Fernando Mendes, vai continuar a morrer gente. Podem doar todo o dinheiro que quiserem que, enquanto ele não se convencer que há um certo tipo de brincadeiras que ele não pode ter, as réplicas não cessarão. Eu sei que ele é ainda um gaiato, que ainda está na idade de ter estas brincadeiras e que não deve ser discriminado em função do seu problema de peso mas caraças, ó Nando!, já chega de matar pessoas, pá. Vai antes brincar com os legos ou pintar um daqueles teus livros de colorir.
Não foram poucas as celebridades que se sensibilizaram com toda esta tragédia e que correram ao Haiti para ajudar, mais que não fosse, trazendo de lá um ou dois órfãos haitianos para fazer pandan com os cortinados indonésios da janela da cozinha. A celebridade que, a meu ver, mais falta fez foi o ex-futebolista Diego Armando Maradona. Bastava pintar umas poucas de riscas brancas em cima dos destroços de edifícios e deixar o potente nariguedo de el pibe fazer o restante. A ver se não eram desterrados uma porção de haitianos num instante. Era vê-los a voar ainda sujos de terra em direcção àquelas duas turbinas também conhecidas como narinas. De certeza que não seriam tantas as baixas.

domingo, 17 de janeiro de 2010

2010+2=Fim do Mundo

Sendo este blogue um local de profunda reflexão sobre a actualidade, decidi hoje focar um assunto que esteve muito em voga há uns meses e que só acontecerá daqui a dois anos e muito. Que assunto é esse? - perguntam vocês. É o fim do mundo, claro está. Ao que parece, a civilização maia previu que desapareceríamos todos lá para Dezembro de 2012. Estou desde segunda sem escrever nada porque andei por aí com ilustres matemáticos como o Prof. Nuno Crato a procurar a fórmula de Deus, revelando-se a vós esta fórmula no título desta maravilhosa postagem. Posto isto, a próxima vez que lerem alguma coisa do José Rodrigues dos Santos, é melhor desconfiarem do que vos apresentam como sendo fórmulas divinas.
Continuando, e deixando burocracias matemáticas de parte, acho que toda esta situação do fim da existência humana está a ser excessivamente empolada. O fim do mundo como o conhecemos? Um neo-apocalipse que ditará a extinção da raça humana? Nada me tira da cabeça que tudo isto do 2012 não passa de um livro futurista de ficção científica que havia no tempo da civilização maia (equivalente às obras actuais do George Lucas, por exemplo) e que algum arqueólogo mais crente, ao encontrar o escrito, julgou tratar-se de mais uma das sempre certas previsões maias. Eu sempre disse que o grande problema deste mundo não é nem a fome em África nem o crash da bolsa nem a destruição no Haiti. É o facto dos nerds não saberem distinguir a ficção do real, causando o pânico e o medo e proclamando que o mundo vai acabar, que realmente me transtorna.
Para o hipotético caso de tudo isto vir a ser verdade, elaborei uma programação televisiva para celebrar o apocalipse terrestre. A TVI passaria um compilação dos melhores concertos de Tony Carreira, a Sic poria a Simara a dançar nua nas manhãs da Fátima, a RTP1 passaria um especial "Preço Certo" juntando o Malato ao meu já adorado Fernando Mendes e, por fim, a 2: transmitiria a fase final do XII meeting de boccia no distrito de Labaredas de Coito com comentários de Eládio Clímaco e Júlio Isidro.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Criancices 2

É oficial. A partir de hoje, 11 de Janeiro de 2010, nunca mais os velhos sentados em bancos de jardim me olharão com aquele olhar terno e guloso.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Egipto Jamais

Eu sei que sou uma pessoa com um índice de vida social bastante fraquinho quando a uma sexta-feira à noite eu estou sentado ao computador a escrever parvoíces. Prosseguindo, tive um encontro com uma comunidade muçulmana nestas férias de Natal. É verdade. Fui de férias ao Egipto. Dou-vos agora dois minutinhos para se roerem de inveja à vontade e já retomo o post. Já estão todas as pragas rogadas contra mim? Óptimo. Nesta estadia descobri que a minha ideia do Egipto está desactualizada uns três mil anos. Afinal, as pessoas já não andam por lá semi-nuas, só de túnica. As próprias cabeleiras e barbichas postiças, outrora sinais de pomposidade, sumiram por completo. Os coptas desapareceram e agora é muçulmanos por toda a parte. O chato da coisa é que não consigo distinguir os muçulmanos bons dos maus. Se, na rua, vier um na minha direcção, fico sem saber se corra ou se continue impávido e sereno. Aliás, na semana que lá passei, vi o Bin Laden três vezes e o Saddam cinco, sendo que uma vez vi dois Saddams juntos. Pior que tudo é a língua deles (árabe). Um guia turístico egípcio falou comigo em árabe. Eu podia tentar aqui replicar o que ele me disse mas é bastante mais fácil se imaginarem o Olavo Bilac (dos Santos e Pecadores) a engasgar-se ao engolir uma espinha.
A minha viagem a África serviu, mais que não seja, para perceber o verdadeiro significado de "Mercado Negro".
Aqui fica uma foto que tirei com alguns locais (sou o de cara tapada).

p.s. - O título alude a uma célebre frase de Mário Lino «Alcochete jamais» (com sotaque francês, "jamê" ), referindo-se à margem sul do Tejo como sendo um deserto. Enfim, sem tirar o mérito ao criador da piada, achei que enriquecia o blog usar o trocadilho, referindo-me desta feita a um deserto real.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Criancices

Na próxima segunda-feira, vou deixar de poder vir a ser vítima de pedofilia.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Rescaldo: Natal vs. Ano Novo

Feliz ano novo a todos! Espero que o Natal tenha sido agradável e com muitas oferendas. Queria começar por agradecer as inúmeras mensagens que recebi; ainda bem que a minha avó e a D. Rute tinham o meu número. Vejo nessas carinhas de ânsia que estavam mortinhos pelo meu retorno. Confesso que também senti por vós algo entre o escárnio e a saudade. Posso, ainda, adiantar que o meu Natal foi prazenteiro (não presenteiro, como eu tanto gostaria que tivesse sido), tendo cumprido com a mais importante das tradições pagãs natalícias, ou seja, o visionamento, em família, dos clássicos "Sozinho em Casa" e "Mary Poppins". Creio, sem qualquer credibilidade palpável, que esta tradição já está mais intrínseca na cultura ocidental que a própria edificação da árvore de Natal. Já a minha passagem de ano deixou um bocadinho a desejar (também muito por culpa das passas que não comi). Fora os doze desejos desperdiçados por esquisitice gastronómica, sinto que faltou qualquer coisa ao meu reveillon, sendo que essa coisa se chama desfile da Victoria's Secrets. Ora, isto deixa-me triste, uma vez que não é a cada vinte e quatro horas que se passa das onze e cinquenta e nove de um dia para a meia-noite em ponto de outro.

Enfim, um post pândego para começar o ano em Beleza. Eu tinha prometido graçolas e devaneios diversos para este ano. Pois bem, os devaneios diversos já estão, agora as graçolas ficam para um post mais inspirado.